Adolescência, sexualidade e autocuidado: como orientar sem tabu e com a informação que liberta.

Introdução:

 A adolescência é uma fase de descobertas, transformações intensas e, muitas vezes, dúvidas silenciosas. 

O corpo muda, a mente corre na frente, e surgem questões sobre sexualidade, prazer, higiene íntima e prevenção — mas nem sempre os adolescentes têm com quem conversar com clareza, segurança e acolhimento.

Como médica ginecologista com formação em sexologia, acredito que falar sobre saúde íntima com adolescentes não é apenas uma questão de orientação médica — é um compromisso com o respeito, a liberdade e a formação de adultos mais conscientes e saudáveis.

Neste blog, quero abrir esse espaço com responsabilidade: para adolescentes, para mães, pais e responsáveis. Vamos falar sobre o corpo, os sentimentos, os limites, os cuidados — e sim, sobre contracepção moderna também. 

Com ciência, empatia e informação verdadeira.

1. A importância de conversar sobre sexualidade na adolescência (sem medo, sem tabu)

Muitos pais evitam falar sobre sexualidade com seus filhos por medo de “estimular” algo que acham precoce. Mas o silêncio não protege — ele desinforma.

Conversar com naturalidade sobre anatomia, higiene íntima, ciclo menstrual, desejos e relações sexuais é uma forma de preparar o adolescente para se cuidar. 

Quando o conhecimento chega antes da experiência, ele serve de bússola. Quando chega depois, serve só de reparo.

A sexologia nos ensina que sexualidade vai muito além do ato sexual. É identidade, é corpo, é afeto. É saber dizer sim e saber dizer não. É sentir-se à vontade consigo mesmo. 

Por isso, não existe “momento certo” universal — existe o momento de cada jovem, e o nosso papel como adultos é estar prontos quando ele chegar.

2. Anatomia íntima: o que todo adolescente deveria saber sobre o próprio corpo

Você sabia que muitas adolescentes chegam ao consultório sem saber exatamente onde fica o hímen, o clitóris, ou como é o canal vaginal? Ou achando que a vulva e a vagina são a mesma coisa?

Essa desinformação não é culpa delas — é resultado de uma educação deficiente, que não ensina o básico de forma clara. Conhecer o próprio corpo é um direito. E isso inclui:

Aprender que a vulva é a parte externa, e a vagina é o canal interno.

Entender o que é o hímen, e que ele pode se romper por vários motivos (e que isso não define “virgindade”).

Saber que o clitóris é o principal órgão de prazer da mulher — e que sentir prazer é natural.

Reconhecer os sinais normais e anormais do corrimento vaginal, do ciclo menstrual e da higiene saudável.

Com conhecimento, o adolescente desenvolve autoestima corporal e maior segurança nas próprias escolhas.

3. Higiene íntima e cuidados que realmente importam

Nem mais, nem menos. A higiene íntima precisa ser equilibrada, e os excessos (como usar sabonetes perfumados, duchas internas ou lenços umedecidos diariamente) podem causar mais problemas do que soluções.

Alguns cuidados importantes para a adolescente aprender desde cedo:

  • Lavar a vulva com água e sabonete íntimo neutro (sem exageros, 1 a 2x por dia é suficiente) 

  • Evitar duchas vaginais internas 

  • Dar preferência a calcinhas de algodão e evitar peças muito apertadas
  • Trocar o absorvente a cada 4-6h no período menstrual 

  • Evitar uso contínuo de protetor diário (deixa a região abafada) 



São hábitos simples que ajudam a evitar infecções e mantêm o equilíbrio da flora vaginal.

4. Prevenção: não é só sobre gravidez

Quando falamos em prevenção, precisamos ir além da gravidez indesejada. Prevenção também é sobre ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), sobre respeito ao próprio corpo e ao do outro, sobre reconhecer sinais de violência ou coerção.

Aqui entram:

  • O uso do preservativo masculino ou feminino (independente de estar usando outro método contraceptivo) 

  • Saber que o consentimento precisa ser claro, contínuo e pode ser retirado a qualquer momento
  • Ter abertura para buscar ajuda médica sem julgamento 


Vacinas importantes como a HPV (que deve ser feita idealmente entre 9 e 14 anos, mas pode ser feita até os 45)

5. Anticoncepcionais para adolescentes: quais são as opções mais modernas e seguras?

Hoje, não faltam opções modernas, com menos hormônios e com grande segurança para adolescentes que iniciam a vida sexual — desde que com acompanhamento médico.

Algumas opções que podem ser avaliadas:

Pílulas combinadas com dosagens hormonais menores e ciclos mais regulados.

Minipílulas (somente com progesterona), ideais para quem não pode usar estrogênio.

Implantes hormonais subdérmicos, que oferecem alta eficácia por até 3 anos, com liberação contínua de hormônio.

DIU hormonal de baixa dosagem (como o Kyleena), indicado para adolescentes que já iniciaram a vida sexual.  — sempre com avaliação ginecológica.

DIU de cobre (não hormonal), que pode ser uma alternativa em casos específicos.

6. A primeira consulta ginecológica: quando e como deve acontecer?

Não é preciso esperar que a adolescente inicie a vida sexual para levá-la ao ginecologista. O ideal é que o primeiro contato aconteça ainda na adolescência, como um espaço de conversa e orientação, e não de exame físico obrigatório.

Na primeira consulta, normalmente:

  • A gente conversa. Sobre o corpo, os sentimentos, os medos.


  • Esclarece dúvidas.


  • Dá orientações práticas de prevenção e higiene.


  • E, só se houver necessidade ou vontade, fazemos algum exame físico (com todo cuidado e explicação).



Essa abordagem humanizada faz com que a adolescente se sinta segura, respeitada e protagonista da própria saúde.

Conclusão: Informação é proteção. Conhecimento é liberdade.

Quando a sexualidade é tratada com respeito, empatia e embasamento, ela se torna fonte de liberdade — não de medo. O que eu quero, como médica e como mulher, é que cada adolescente se sinta à vontade para conversar, perguntar, aprender e cuidar de si com autonomia.

Se você é mãe, pai ou responsável, seja essa ponte de confiança. Se você é adolescente e chegou até aqui, saiba: seu corpo é seu, seu tempo é seu, e você tem o direito de ser bem orientada(o).

Conte comigo nesse caminho.

Conheça quem irá cuidar de você:

Muito prazer, sou a Dra. Fabiana Valério.

Eu sou médica ginecologista, sexóloga e especialista em hormônios. 

Mas quero que saiba que, antes de tudo isso, sou mulher, esposa e mãe. Entendo suas queixas e não normalizo suas dores, pois estou aqui para te acolher. Por isso, me propus a oferecer uma consulta ginecológica diferente de todas as outras. Afinal, consulta ginecológica não serve apenas para colher preventivo!

Faço questão de te ouvir, conversar, investigar, informar e discutir tudo sobre sexualidade, histórico familiar, menstruação, métodos contraceptivos e muito mais.

CRM/MG 48690 – RQE 26724

Médica Ginecologista e Sexóloga

O que nossas pacientes costumam dizer:

Seja muito bem-vinda à CLÍNICA BINDER, em Divinópolis–MG.

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